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domingo, 8 de agosto de 2010

Não existe Mal nem Mau


Costumamos nominar como mal o resultado estúpido e espúrio da agressão que uma ação ignorante produz. Em verdade, se trocarmos a palavra maldade pela palavra ignorância, perceberemos que o tal mal não existe e que um ser humano mau também não.

Somos um resultado cultural e nossa concepção de verdade é absolutamente falho e medíocre. Sem contar que para isso não existe ponto de vista, esse texto deve ser lido sem aqueles antigos e rançosos apelos da ira, do contrário, tirando a repulsa que nos causa a lastima do dano causado por uma ação funesta e edionda, um pensamento mais sublimado deve entender que é previsível que a ignorância é que faz estragos e não o mal, que só é um produto da baixeza dessa ignorância.

Se pensarmos em combater o mal, pensemos em combater a ignorância. Sem isso é impossível. E as pessoas mais devotas da sabedoria devem ficar menos acaloradas pelo ódio momentâneo causado pelo furor das notícias, corrijindo o pensamento e não alijando o raciocínio que aponta para a saída. Leia aqui nesse blog O Diabo existe?

No caso de um assassinato, por exemplo, e quanto maior o impacto no noticiário pior fica, mesmo nisso, é a ignorância travestida de caos, mas é ignorância. Vá ver que alguém que tem a vida estabilizada financeiramente precisaria matar, picar e tudo mais? Não. Mas não vem ao caso, afinal, nesse caso, quem mata e quem morre são vítimas da ignorância, tanto da sua quanto da do outro, e o estatus financeiro não quer dizer sabedoria.

Somos levados pela onda do coitadismo e atribuimos a estupidez somente àquele que vitima o outro e não imputamos culpa para a vítima, pois parece ser mais razoável de entender que quem agride é o único ignorante na história.

Agrúrias de feitiçarias e apanágios universais que fazem apologia a dor, dão a entender que a maldade é visceral e que o culto do homem ao mal é intrínsseco, mas isso é uma deturpação. O problema da ignorância é que ela banaliza tudo o que é bom e apreciável.

Oriundos da escuridão da consciência e rumo a vastidão do universo pelas luzes da sabedoria, o homem tende a prestar liturgias às fúrias. Uma vez que a raiva é instintiva, é fácil entender que para a maioria dos homens é mais fácil se fazer respeitar pelo medo que imprimem nos outros do que serem admirados pelos outros pela pouca sabedoria que têm. Assim, instáveis por natureza, reza a conduta pelo que é mais fácil: destruir pela ignorância aquilo que lhe destempera e lhe faz parecer pequeno. Eis o paradoxo.

Dormita cintilante dentro do homem a tendência de ser sábio, no entanto, milhares de anos passarão até que este homem perceba que é um Deus filho DEUS. Para isso existe a reencarnação, pois que, por prioridade se quer a evolução da espécie, a Divindade tem como proposta a saída destes seres da ignorância através da evolução diária e do alívio de suas consciências através dos tempos em sucessivas idas e vindas, de um plano da existência a outro.

E seria possível o homem nascer livre da ignorância? Não, pois para adquirir sabedoria é preciso combater a ignorância, do contrário, se este nascesse sábio nem saberia que o era.


Marlon Santos

Um comentário:

  1. Marlon, penso que não teria problema se nascessemos sábios mesmo que o preço fosse nao ter consciência disso!Se eu pudesse escolher entre nascer sábio e nunca "saber que sou sábio" ou nascer ignorante e aos poucos adquirir sabedoria com certeza escolheria a primeira opção...
    De qualquer modo, dez mil vezes obrigada por fazer-me ver que o que existe é a ignorância e não a maldade: me deixa com menos raiva quando uso esse teu critério ver os erros dos outros (e até os meus); dá mais vontade de aprender e ensinar a ser melhor.

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