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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Como fazer Exorcismo


Muito se pensa no Exorcismo como a velha fórmula adotada por algumas igrejas, onde o fulcro principal da ação exorcista consistia em fazer orações de todo o tipo, gritando impropérios e fazendo ladainhas, de tal modo que se o espírito não sai de perto da pessoa pelo 'peso da oração' acaba saindo porque não aguento aquele monte de gritos e 'verborragias'.

Ao pé da letra, um espírito nunca fica próximo de uma pessoa sem uma razão cármica para que isso ocorra. No entanto, dentro de tudo o que vejo e acompanho, o que motiva um espírito a continuar por aqui sempre está relacionado a um sentimento de injustiça ou fúria. No primeiro caso é mais difícil de resolver em razão da profundidade do que pode estar buscando o espírito. No segundo caso sempre é mais fácil, pois geralmente os acessos de fúria e raiva se relacionam a um mal estar temporário, onde o indivíduo desencarnado, com breves conversas, poderá entender seu dilema e perceber seu caminho. Quanto ao sentimento de injustiça já é pior, pois está revestido de por vontade de vingança e, normalmente, se relaciona ao fato da morte física diretamente, onde encara como algoz aquele que ele tem como responsável direto o ser que ele está por perto agora.

Em qualquer um dos casos, a conversa branda e esclarecida é bem mais prodigiosa do que espalhafatos. Sem levarmos em conta, é claro, que aqui não estamos falando de espíritos zombeteiros e levianos que, por simples afeição e semelhança, vivem ao lado de algumas pessoas, mas sem intuito maléfico direto ou proposital. Aqui funciona a velha tática de chamar os bons para perto para afastar os maus de perto, porque a regra é a mesma: semelhante atrai semelhante, encarnado ou não. No Exorcismo falado, a pessoa detentora de tal companhia deve estar ciente de que está envolta em uma situação espiritual que vai lhe exigir mais docilidade do que pavor e revolta. Aliás, pavor e revolta não resolverá nada, absolutamente, contando ainda que é isso que tal entidade espiritual possa estar querendo.

Velas e mandingas absurdas em nada ajudam e, na prática, até pioram o drama, pois o espírito que está para ser "exorcizado" busca justamente esse ambiente de alto teor de mistificação para se perpetuar ao lado da pessoa, pelo medo e pelo receio dela. Salvo que possa o espírito ser ainda muito folclórico e rotulado por crenças simplórias, cujos valores espirituais ainda se enraízam em objetos e alegorias várias.

Conversa, esclarecimento e sentimento puro de compreensão ainda são as melhores técnicas de exorcismo, e é normal que aquele que está com um acompanhamento espiritual desse porte saiba as razões de tal acontecimento. Tranquilidade e ambiente de religiosidade dão o tom de respeito a ação. Agora, se coloque do outro lado e verá o que é a aflição de um espírito que, ao tentar se comunicar, acaba sendo tratado por demônio e outros títulos que lhe insultam: seria um desastre para seus sentimentos.
Certa vez, me deparei com o espírito de uma mãe, que se encontrava muito injuriada por saber que seu filho não a havia reconhecido e, ao contrário, buscou auxílio religioso para exorcizá-la. Ele não sabia que se tratava do espírito de sua mãe, é claro, e ela se sentia revoltada por isso. Minha saída foi simples: coloquei para ela, em conversa, a ignorância dele para identificá-la; para ele falei dos objetivos dela e que era ela, sua mãe que estava por ali, e não um 'demônio'. Atendidos e compreendidos os fatos, tudo está tranquilo até hoje. Ela só queria que suas roupas terrenas fossem doadas para uma casa 'albergue' das redondezas.

Somos todos espíritos, e a carne não nos faz diferentes dos nossos irmãos desencarnados. Tratemos todos com o zêlo proposto pelo Mestre Jesus e veremos que tudo se resolve com calma e paz.
Exorcizar é, acima de tudo, compreender.

Marlon Santos

2 comentários:

  1. MARAVILHOSO ESSE TEXTO!!!
    ESTOU LENDO UM LIVRO A RESPEITO E ESTAVA COM ALGUMAS DUVIDAS, NOSSA AS VEZES PARECE QUE VOCE SABE O QUE A GENTE PRECISA SABER, E ESCREVE EXATAMENTE O QUE FAZER!
    OBRIGADÃO..
    BJ

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  2. Oi, Marlon!
    Pessoalmente, não me preocupa a possibilidade de estar "acompanhada por espíritos com problemas", seja por ignorância minha ou por outro motivo qualquer, mas admiro sempre o modo como colocas os assuntos, na tentativa de deixar-nos mais tranquilos, como por exemplo ensinar "a tática de chamar os bons para perto para afastar os maus de perto, porque a regra é a mesma: semelhante atrai semelhante, encarnado ou não".
    Concordo plenamente que é isso mesmo o que devemos tentar fazer em todas as circunstâncias: sermos melhores do que já somos.
    Valeu. Um grande abraço. Elieti.

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