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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Os Mundos Paralelos



Creio que será por aqui que a ciência começará a vislumbrar os outros planos da vida espiritual.

''De todos os avanços feitos pela ciência no século passado, sem dúvida o mais inusitado foi a criação da Física Quântica. Além de explicar inúmeros fenômenos que a física clássica de Newton e a relatividade de Einstein não conseguia, a Física Quântica também foi responsável pelas teorias mais malucas que se tem notícia!

Por exemplo, em 1935 um físico chamado Schrödinger (que, por sinal, não era vegetariano), propôs que fossem colocados dentro de uma caixa um gato, um contador Geiger, um frasco de veneno, e um punhado de elemento radiativo. A chance de o elemento radiativo emitir radiação em uma hora deveria ser 50% e o veneno deveria ser letal, mas o gato poderia ser de qualquer raça ou cor.

O experimento se desenvolveria da seguinte maneira: Se, por acaso, o elemento radiativo emitisse radiação, o contador Geiger iria perceber o fato, ativando um mecanismo que quebraria o frasco, liberaria o veneno, e mataria o bichano. Para o cientista, tudo que resta é abrir a caixa depois de uma hora, e ver se o gato estava morto ou vivo.

Aparentemente, isso não é muito diferente de enfiar um gato dentro de uma caixa, enviar via sedex de uma cidade a outra, e verificar se o gato chega vivo no destino. Parece simples, porém, o que havia de simples na ciência foi descoberto pelos gregos, sobrando para nós apenas as coisas inusitadas!

Uma interpretação possível para esse experimento, sob a ótica da Física Quântica, é o cientista não apenas descobre qual o estado do gato ao abrir a caixa, mas sim determina qual é esse estado! Antes de ser aberta, o gato não estava nem vivo e nem morto. Na verdade, as duas possibilidades coexistiam, e o destino do gato só é determinado quando alguém faz uma medida para descobrir o estado, por exemplo, abrindo a caixa e olhando.

Entretanto, esse tipo de interpretação não é aceita por todos os cientistas, por levar a paradoxos. Por exemplo, segundo o raciocínio acima, o universo inteiro estaria em uma superposição de estados até que surgisse o primeiro ser humano!

Para solucionar o problema acima, o físico Hugh Everett III propôs, em 1956, a teoria dos mundos paralelos. Segundo essa proposta, quando o elemento radiativo emite a radiação, o mundo se divide em dois universos paralelos: um onde o gato vive, e outro onde o gato morre! Isso significa que existem inúmeros mundos paralelos sendo criados a cada instante, apesar de não termos consciência disso!

A teoria dos mundos paralelos foi uma idéia ousada, mas gradualmente foi aceita pela comunidade científica. Mais da metade dos físicos da atualidade acreditam que ela seja verdadeira, incluindo nessa lista Stephen Hawking, e os prêmios Nobel Murray Gell-Mann e Richard Feynman.''

E mais:


''Em 1954, Hugh Everett III, um jovem candidato ao doutorado da Universidade de Princeton, apareceu com uma idéia radical: a existência de universos paralelos, exatamente como o nosso. Esses universos estariam todos relacionados ao nosso. Na verdade, eles derivariam do nosso, que, por sua vez, seria derivado de outros. Nesses universos paralelos, nossas guerras surtiriam outros efeitos dos conhecidos por nós. Espécies já extintas no nosso universo se desenvolveriam e se adaptariam em outros e nós, humanos, poderíamos estar extintos nesses outros lugares.
Algumas teorias matemáticas e físicas dão base para tal possibilidade.

Isso é enlouquecedor e, mesmo assim, compreensível. Noções de universos ou dimensões paralelos, que se assemelham aos nossos, apareceram em trabalhos de ficção científica e foram usadas como explicações na metafísica, mas por que um jovem físico em ascensão arriscaria o futuro de sua carreira propondo uma teoria sobre universos paralelos?

Com sua teoria dos Muitos Mundos, Everett precisou responder uma questão muito difícil relacionada à física quântica: por que a matéria quântica se comporta irregularmente? O nível quântico é o menor já detectado pela ciência. O estudo da física quântica começou em 1900, quando o físico Max Planck apresentou o conceito para o mundo científico. Seu estudo sobre a radiação trouxe algumas descobertas que contradiziam as leis da física clássica. Essas descobertas sugeriram que existem outras leis operando no universo de forma mais profunda do que as que conhecemos.

Em um curto espaço de tempo, os físicos que estudavam o nível quântico perceberam algumas coisas peculiares nesse mundo minúsculo. Uma delas é que as partículas que existem nesse nível conseguem tomar diferentes formas arbitrariamente. Por exemplo: os cientistas observaram fótons - minúsculos pacotes de luz - atuando como partículas e ondas. Até mesmo um único fóton tem esse desvio de forma [fonte: Brown University (em inglês)]. Imagine que você fosse um ser humano sólido quando um amigo olhasse você e, quando ele olhasse de novo, você tivesse assumido a forma gasosa.

Isso ficou conhecido como o Princípio da Incerteza de Heisenberg. O físico Werner Heisenberg sugeriu que, apenas observando a matéria quântica, afetamos seu comportamento; sendo assim, nunca podemos estar totalmente certos sobre a natureza de um objeto quântico ou seus atributos, como velocidade e localização.

A interpretação de Copenhague da mecânica quântica apóia essa idéia. Apresentada primeiramente pelo físico dinamarquês Niels Bohr, essa interpretação afirma que todas as partículas quânticas não existem em um ou outro estado, mas em todos os estados possíveis de uma só vez. A soma total dos possíveis estados de um objeto quântico é chamada de sua função de onda. A condição de um objeto existir em todos seus possíveis estados, de uma só vez, é chamada de superposição.

Segundo Bohr, quando observamos um objeto quântico, afetamos seu comportamento. A observação quebra a superposição de um objeto e o força a escolher um estado de sua função de onda. Essa teoria explica por que os físicos obtiveram medidas opostas em relação ao mesmo objeto quântico: o objeto "escolheu" estados diferentes durante diferentes medidas.

A interpretação de Bohr foi amplamente aceita e ainda o é por grande parte da comunidade que estuda física quântica, mas ultimamente a teoria de Everett dos Muitos Mundos tem recebido muita atenção.''

Marlon Santos

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