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domingo, 22 de abril de 2012

Círculos Ingleses (Cosmo, Cultura, 2012)

Trago para sua leitura um texto que, conforme outro já publicado aqui no Blog, que trata dos 'Círculos Ingleses', visa lhe ampliar um pouco mais o conhecimento sobre o tema e lhe manter atualizado sobre as últimas notícias e acontecimentos, místicos ou não, sobre essas fascinantes obras 'misteriosas'. Aqui têm links e formas de você ter acesso a outros sites que escrevem sobre o conteúdo. No texto anterior que escrevi -Os Círculos Ingleses-, poderá ver mais fotos, inclusive. Parte desse texto é creditado a CNA.

Todo verão, o sudoeste da Inglaterra é inundado por um fenômeno mágico e maravilhoso conhecido como os “círculos ingleses” ou “círculos de plantações”. Documentados desde o século XVII, desde então esses círculos desafiam os pesquisadores. Considerados pela maioria como embustes, o fato é que, enquanto alguns podem muito bem ter sido feitos com cordas e pranchas, outros são tão grandes, tão perfeitos e misteriosos em sua geometria e surgem tão rapidamente que deixam os observadores menos preconceituosos admirados e surpresos.

Independentemente da natureza de seus criadores, esses círculos são um elemento cultural do verão inglês. Eles mudam de ano para ano, mas neste verão em particular surgiu uma coleção de círculos astronômicos indicativa da atual temporada de eclipses [1].

Figura 1. Formação (esquerda) em Winterbourne Bassett, Inglaterra, em 18 de junho, provavelmente representando um eclipse, solar ou lunar. Formação (direita) em East Kennett, Inglaterra, em 7 de julho, parece reproduzir a hora certa do eclipse lunar que ocorrerá em 16 de agosto de 2008.

O primeiro destes círculos surgiu em Winterbourne Bassett, Inglaterra, em 18 de junho. Era tosco, o que sugeria não ter sido feito por “artistas de círculos”, e parecia mostrar a imagem de um eclipse. Se considerarmos que o círculo maior pode ser o Sol com o círculo luminoso ao seu redor, isso pode ser o eclipse solar total do dia 1º. de agosto de 2008. Se o círculo maior for a sombra da Terra e o menor, a Lua passando pela sombra, então poderia ser o eclipse lunar que ocorrerá em 16 de agosto de 2008. Com uma diferença de poucas semanas do surgimento desses círculos de plantações, o tema eclipse começou a crescer, sendo que o melhor exemplo foi uma formação em East Kennet, Inglaterra, em 7de julho, que mostra “40 dias ou dois meses maias” até o eclipse quase total da Lua em 16 de agosto de 2008.

Possivelmente para reforçar a mensagem maia desse círculo, em 15 de julho, em Avebury Manor, Wiltshire, os “artistas de círculos” fizeram então o que é praticamente a assinatura padrão dos Maias – um círculo que seria um planetário na plantação de trigo, mostrando a orientação do sistema solar para a data de 21 de dezembro de 2012.

 Um círculo simbolizando o planetário de 21 de dezembro de 2012 parece uma referência às crescentes preocupações com relação a esse ano de 2012. Na raiz dessas preocupações está o fim de grande ciclo, de acordo com o calendário maia. Esse calendário inclui o grande ciclo de precessão em que o polo norte celestial faz lentamente uma rotação completa através da elipse – o que leva 26 mil anos. Em 2012, a estrela polar Polaris estará em sua maior proximidade com o ponto exato do polo norte celestial. As estrelas polares são raras – a última delas, Thuban na constelação de Draco, foi aproximadamente em 2790 a.C. Aparentemente, este alinhamento do polo com a estrela Polaris marcaria, para os Maias, início e fim de seu grande ciclo.

Muitas pessoas acreditam que isso pode ser apocalíptico, mas deve-se lembrar que, como ocorre com todos os ciclos, eles não têm margens precisas – tendem a se formar lentamente a cada nova etapa. Dessa maneira, o chamado término pode levar milhares de anos para se manifestar.

Aqui, o artista de círculos apreende o interesse cultural da data – um fenômeno universal e cultural nos campos perto de Avebury, no Reino Unido, e provavelmente uma sugestão de que o círculo de eclipse é realmente baseado no sistema do calendário maia.

Figura 2. Formação em Avebury, Reino Unido, em 15 de julho, mostra o sistema solar em 21 de dezembro de 2012.

E quais são os eclipses deste período que alguém parece querer reproduzir nas plantações?

Os eclipses de agosto de 2008

O período de julho e agosto de 2008 produziu um eclipse solar a 100 de Leão em 1º. de agosto. Ele é da série Saros 10 Sul, que começou em 10 de março de 1179 e não terminará antes de 13 de abril de 2423. Esta série, baseada no mapa “natal”, aparece em “Predictive Astrology, the Eagle and the Lark” assim:

Esta série Saros está relacionada com o rompimento de uma situação muito negativa, em que não há esperança à vista, para um espaço mais positivo com muitas opções à disposição. Uma preocupação que pode estar afetando uma pessoa subitamente desaparece.

Este tema já começa a aparecer com o ex-líder sérvio, Radovan Karadzic, que viveu escondido durante os últimos 13 anos, sendo descoberto e levado a julgamento. Em um nível mais pessoal, muitos clientes relataram que velhos problemas, grandes e pequenos, estão reaparecendo, mas com clareza e soluções. No entanto, este não é o tema dos campos de trigo do Oeste da Inglaterra.

O eclipse lunar de 16 de agosto de 2008

O eclipse lunar de 16 de agosto será a 240 de Aquário e pertence à série Saros lunar classificada com o número Van Den Berg 138. Esta série começou em 5 de outubro de 1503.

O primeiro eclipse, em 1503, ocorreu com a Lua localizada na constelação babilônia das “Andorinhas”, que agora conhecemos como os peixes da constelação do mesmo nome.

Figura 3. A série de eclipses lunares começa (5 de outubro de 1503) com um nas estrelas de Peixes, conhecidas como “The Swallows”, ou “As Andorinhas” (esquerda). Em 10 de julho, em Alton Priors, Wiltshire, surgiu uma formação com seis pássaros – andorinhas – que se expandiu em 22 de julho para um grupo de doze andorinhas.

Em 10 de julho de 2008, um belo círculo apareceu nas montanhas ao redor de Alton Priors, no Reino Unido, e foi chamada pelos colecionadores de imagens de “As Andorinhas”. Há nele seis andorinhas. Em 22 de julho, no entanto, o círculo tinha crescido e já continha doze andorinhas. Essa formação tinha mais de 100 metros de largura por 150 de comprimento e levou ônibus cheios de turistas estrangeiros atrás de sua beleza. Eu visitei o local e tive a felicidade de ver andorinhas mergulhando para um voo baixo sobre os “rios” de trigo achatado.

Vários sites sugeriram que essa enorme formação tem ligação com os eclipses de agosto. Esta conexão tríplice, no entanto, entre eclipse, sua origem com “as andorinhas” no céu em 5 de agosto de 1503 e a formação do círculo da plantação é provavelmente mais sincronia do que planejamento. Levou-me, no entanto, a uma jornada de pesquisas sobre a série lunar Saros. Para mim, quem está “falando” é o espírito da época.

A série lunar Saros no. 138

A série, como a dos eclipses solares, produzirá um novo eclipse lunar a cada 18 anos, 9 ou 12 dias (dependendo do número de anos bissextos que ocorrerem nesse tempo). Cada eclipse ocorrerá em 11 ou 12 graus ao longo dos graus zodiacais. No início da série, os eclipses lunares (a posição da Lua cheia) ocorrem em frente ao Nodo em trânsito (a maior longitude zodiacal), mas, a cada ocorrência, a órbita diminui em cerca de meio grau. Assim, os eclipses lunares lentamente se tornam totais e depois se movem até parciais até completar, ao final, fazendo com que a série se estenda por um período de 1481 anos.

Datas das séries lunares Saros *(Van Den Berg no.138).

1503- 5 out
1521-15 out
1539-27 out
1557-6 nov
1575-18 nov
1593-8 dez
1611-19 dez
1629-30 dez
1648-10 jan
1666-20 jan
1684-1 fev
1702-12 fev
1720-23 fev
1738-6 mar
1756-16 mar
1774-27 mar
1792-7 abril
1810-19 abril
1828-29 abril
1846-11 maio
1864-21 maio
1882-1 jun
1900-13 jun
1918-24 jun
1936-4 jul
1954-16 jul
1972-26 jul
1990-6 ago
2008-16 ago
2026-28 ago
2044-7 set
2062-18 set
2080-29 set
2098-10 out
2116-21 out
2134-2 nov
2152-12 nov
2170-23 nov
2188-4 dez
2206-16 dez
2224-26 dez
2243-7 jan
2261-17 jan
2279-28 jan
2297-8 fev
2315-20 fev
2333-2 mar
2351-13 mar
2369-24 mar
2387-4 abril
2405-14 abril
2423-26 abril
2441-6 maio
2459-17 maio
2477-28 maio
2495-8 jun
2513-19 jun
2531-30 jun
2549-11 jul
2567-22 jul
2585-1 ago
2603-13 agos
2621-24 agos
2639-4 set
2657-14 set
2675-26 set
2693-6 out
2711-18 out
2729-28 out
2747-9 nov
2765-19 nov
2783-30 nov
2801-11 dez
2819-22 dez
2838-1 jan
2856-13 jan
2874-23 jan
2892-3 fev
2910-15 fev
2928-26 fev
FINAL

Venenos, papas e poder – o primeiro eclipse

Outubro de 1503 foi uma época de intrigas no Vaticano. O papa Alexandre VI morreu, provavelmente envenenado, e o recém-escolhido papa Pio III morreu dez dias depois de sua sagração. Nessa época de revoltas, o cardeal Della Rovere, sedento de poder, conseguiu através de hábil diplomacia enganar o fragilizado colégio de cardeais e conquistou seu apoio.

Figura 4 – mapa original de 5 de outubro de 1503, segundo a Série lunar no.138.

Della Rovere foi eleito para a dignidade papal com o voto quase unânime dos cardeais. Ele se tornou o papa Júlio II e seu papado foi marcado por uma política externa agressiva, ambiciosos projetos arquitetônicos e apoio às artes e à literatura. Em 1506, ele colocou a pedra inaugural da nova Basílica de São Pedro em Roma e Michelangelo pintou, a seu pedido, o teto da Capela Sistina.

O primeiro eclipse lunar da série revela uma grande cruz cardinal com um quadrado partir ou exato entre Netuno e o eclipse e uma combinação Marte-Júpiter-Saturno.

Assuntos ligados a venenos, arte, poder militar-religioso e intrigas no Vaticano ou entre as paredes do poder todos parecem se encaixar confortavelmente no mapa. Por ser o mapa do “nascimento” de uma série de eclipses, no entanto, creio que passa a permear toda a série.

Podemos seguir o tema através da história ao observar eventos em épocas de outras ocorrências de eclipses da série. Aqui estão alguns exemplos interessantes:

Junho de 1900 – A Revolução Boxer na China – a China em conflito com os ocidentais

13 de junho de 1900 – Esta foi a época da Revolução Boxer na China, quando tropas da Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Império Austro-Húngaro, Espanha, Bélgica, Holanda, Estados Unidos, Rússia e Japão ficaram cercadas em uma área perto da Cidade Proibida, em Pequim, e os governos provincianos chineses declararam guerra a todos os ocidentais e cristãos da cidade.

Figura 4 – Um revolucionário da Revolução Boxer (1900) com a bandeira do exército imperial em guerra com TODOS os estrangeiros; e um chinês membro da organização da Olimpíada com a bandeira dos jogos.

Esta mesma série ligada à Revolução Boxer, quando os chineses declararam Guerra a todas as nações ocidentais, está agora de volta. Com os chineses comandando os Jogos Olímpicos, equipes de atletas de todos os países do mundo “invadem” a China que, mesmo sendo a anfitriã, está abertamente em “conflito” com eles para ganhar medalhas.

A divisão do Vietnã e sua reunificação, em 1972

A série também ocorreu no meio de julho de 1954 e foi nesse momento que a Conferência de Genebra dividiu o Vietnã em dois países, um ao Norte e um ao Sul. Essa divisão se manteve até a ocorrência seguinte na série, em 26 de julho de 1972, quando os últimos soldados dos Estados Unidos deixaram o Vietnã no dia 25 de julho de 1972.

A Guerra do Golfo – a última ocorrência da série de eclipses

A última ocorrência desta série foi em 6 de agosto de 1990, data em que o Iraque invadiu o Kuwait, o que levou à primeira guerra no Golfo e deu início a um conflito ainda não encerrado no Iraque. Um momento de confronto militar agravado pela cobiça pelo petróleo que arrastou muitos países para o conflito.

Ao mesmo tempo – e um tanto ignorado pela imprensa mundial, ocupada com a guerra no Golfo -, houve o anúncio feito pelos alemães de que as Alemanhas Oriental e Ocidental seriam reunificadas para voltar a ser um país.

O próximo eclipse lunar

Há muitas outras ocorrências em eclipses que não incluem morte de papas, divisão ou reunificação de nações ou grande ênfase em arte e literatura. Se considerarmos, no entanto, os círculos das plantações (não importa sua origem) como uma expressão de um assunto ou idéia do coletivo, do espírito da época atual, isso sugere um foco nessa expressão em particular. Há ainda outro aspecto interessante neste eclipse. Se olharmos os mapas do céu durante o eclipse original de 1503 e compararmos com o céu no momento do próximo eclipse – 16 de agosto de 2008 -, perceberemos algumas semelhanças interessantes. Ambos eclipses têm Netuno e Urano no mesmo ponto entre estrelas. (ver figura 5).

Figura 5 – Acima – o mapa do céu no primeiro eclipse lunar desta série, com Netuno se aproximando das estrelas de Capricórnio e Urano entre as estrelas de Aquário. Abaixo – o mapa do céu no próximo eclipse lunar de 16 de agosto de 2008, mostrando posições semelhantes de Netuno e Urano.

Intriga em meio ao poder

Os Jogos Olímpicos da China vão – acredito eu – acolher a natureza conflituosa deste eclipse, em particular a ligação com a Revolução Boxer. É possível, no entanto, que neste verão (no Hemisfério Norte) possamos ver o retorno de algum tipo de intriga papal, algum mistério no Vaticano ou alguma intriga entre outros círculos de poder.

Neste momento, o papel de primeiro-ministro britânico repousa desajeitadamente sobre os ombros de Gordon Brown. Além disso, podemos apenas imaginar temas ligados ao poder na dinâmica do sistema político americano, com um presidente de saída e dois pretendentes ao cargo. Ou será que o retorno de um eclipse das “Andorinhas” poderá trazer uma nova divisão ou reunificação de nações? Afinal, as “Andorinhas” em todas as suas versões são tradicionalmente dois animais – sejam pássaros ou peixes – se movimentando em direções contrárias, mas mantidos juntos pela estrela Al Rescha.

Os círculos de plantações talvez nem saibam, mas podem ser símbolos válidos de coisas que vão ocorrer – vamos esperar para ver o que trará o eclipse lunar das Andorinhas.

1. Círculos de plantações também foram documentados na Coréia – com ênfase astronômica e lunar.

2. As imagens dos círculos ingleses vieram do site www.cropcircleconnector.com, acessado em 30 de julho de 2008.

3. www.cropcircleconnector.com/2008/eastkennett/eastkennett2008a.html acessado em 30 de julho de 2008

4. Brady, Bernadette (1992, 98). Predictive Astrology, the Eagle and the Lark. Samuel Weiser; Maine, USA. pg 323. Toda a série solar Saros foi astrologicamente representada neste texto.

5. Informações sobre a série de eclipses lunares no site http://eclipse.gsfc.nasa.gov/LEsaros/LEsaros138.html accessed 30 July 2008.

Marlon Santos

Por CNA

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