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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Um diálogo de Kardec com um visitante de uma reunião Espírita

Visitante – Eu vos direi, senhor, que minha razão se recusa a admitir arealidade dos fenômenos estranhos atribuídos aos Espíritos e que, dissoestou persuadido, não existem senão na imaginação. Todavia, diante daevidência, seria preciso se inclinar, e é o que farei se eu puder ter provas incontestáveis. Venho, pois, solicitar de vossa bondade a
permissão para assistir somente a uma ou duas experiências, para não ser indiscreto, a fim de me convencer, se for possível.
Allan Kardec – Desde o instante, senhor, que vossa razão se recusa a
admitir o que nós consideramos fatos comprovados, é que vós credes sua inteligência é superior à de todas as pessoas que não compartilham de vossa opinião.
Eu não duvido do vosso mérito e não teria a pretensão de colocar a
minha inteligência acima da vossa. Admiti, pois, que eu me engano,
uma vez que é a razão que vos fala, e que esteja dito tudo.
Visitante – Todavia, se vós chegásseis a me convencer, eu que sou
conhecido como um antagonista das vossas idéias, isso seria um milagre eminentemente favorável à vossa causa.
A.K. – Eu o lamento, senhor, mas não tenho o dom dos milagres.
Pensais que uma ou duas sessões bastarão para vos convencer? Isso
seria, com efeito, um verdadeiro prodígio. Foi-me necessário mais de um ano de trabalho para eu mesmo estar convencido, o que vos prova
que, se o sou, não o foi por leviandade. Aliás, senhor, eu não dou
sessões e parece que vos enganastes sobre o objetivo de nossas
reuniões, já que nós não fazemos experiências para satisfazer à
curiosidade de quem quer que seja.
Visitante – Não desejais, pois, fazer prosélitos?
A.K. – Por que eu desejaria fazer de vós um prosélito se vós mesmo isso não o desejais? Eu não forço nenhuma convicção. Quando encontro pessoas sinceramente desejosas de se instruírem e que me dão a honra de solicitar-me esclarecimentos, é para mim um prazer, e um dever, responder-lhes no limite dos meus conhecimentos. Quanto aos antagonistas que, como vós, têm convicções firmadas, eu não faço uma tentativa para os desviar, já que encontro bastante pessoas bem dispostas, sem perder meu tempo com as que não o são. A convicção virá, cedo ou tarde, pela força das coisas, e os mais incrédulos serão arrastados pela torrente. Alguns partidários a mais, ou a menos, no momento, não pesam na balança. Por isso, não vereis jamais zangar-me para conduzir às nossas idéias aqueles que têm tão boas razões como vós para delas se distanciarem.
Visitante – Haveria, entretanto, no meu convencimento mais interesse do que vós o credes. Quereis me permitir explicar-me com franqueza e me prometer não vos ofender com minhas palavras? São minhas ideias sobre o assunto e não sobre a pessoa à qual me dirijo; posso respeitar a pessoa sem partilhar sua opinião.
A.K. – O Espiritismo me ensinou a dar pouco valor às mesquinhas
suscetibilidades do amor próprio, e a não me ofender com palavras. Se vossas palavras saírem dos limites da urbanidade e das conveniências, concluirei, com isso, que sois um homem mal educado, eis tudo. Quanto a mim, prefiro deixar aos outros os erros, ao invés de os partilhar.
Vedes, só por isso, que o Espiritismo serve para alguma coisa.
Eu vos disse, senhor, não me empenho de nenhum modo em vos fazer partilhar minha opinião; respeito a vossa, se ela é sincera, como desejo que se respeite a minha. Uma vez que tratais o Espiritismo como um sonho quimérico, vindo para mim, dizíeis a vós mesmo: eu vou ver um louco. Confessai-o, francamente, isso não me melindrará. Todos os espíritas são loucos, é coisa convencionada. Pois bem, senhor, uma vez que olhais isso como uma doença mental, sentiria escrúpulo em vô-la comunicar, e eu me espanto que com um tal pensamento vós procureis adquirir uma convicção que vos colocará entre os loucos. Se estais
antecipadamente persuadido de não poder ser convencido, vossa
tentativa é inútil, porque não tem por objetivo senão a curiosidade.
Abreviemos, pois, eu vos rogo, porque eu não teria tempo a perder em conversas sem objetivo.
Visitante – Podemos nos enganar, iludir-nos, sem por isso ser louco.
A.K. – Falai claramente: dizeis, como tantos outros, que é um capricho
que tem seu tempo; mas convireis que um capricho que em alguns anos ganhou milhões de partidários em todos os países, que conta com sábios de todas as ordens, que se propaga de preferência nas classes esclarecidas, é uma singular mania que merece algum exame.
Visitante – Eu tenho minhas idéias sobre esse assunto, é verdade. Elas, porém, não são tão absolutas que eu não consinta sacrificá-las à evidência. Eu vos disse, pois, senhor, que tendes um certo interesse em me convencer. Eu vos confessarei que devo publicar um livro onde me proponho demonstrar ex-professo (sic) o que eu vejo como um erro, e como esse livro deve ter um grande alcance e atacar vivamente os Espíritos, se eu chegar a ser convencido, não o publicarei.
A.K. – Eu ficaria desolado, senhor, por vos privar do benefício de um livro que deve ter um grande alcance. Eu não tenho, de resto, nenhum interesse em vos impedir de fazê-lo, mas lhe desejo, ao contrário, uma grande popularidade, já que isso nos servirá de prospectos e de anúncios. Quando uma coisa é atacada, isso desperta a atenção; há muitas pessoas que querem ver os prós e os contras, e a crítica a faz conhecida daqueles mesmos que dela não sonhavam. É assim que a publicidade, freqüentemente, sem o querer, aproveita àqueles aos quais se quer prejudicar. A questão dos Espíritos, aliás, é tão palpitante de interesse e ela espicaça a curiosidade a um tal ponto, que basta mencioná-la à atenção para dar o desejo de aprofundá-la. (1)
(1) Depois deste diálogo, escrito em 1859, a experiência veio
demonstrar largamente a justeza desta proposição.
Visitante – Então, segundo vós, a crítica não serve para nada, a opinião
pública não conta para nada?
A. K. – Eu não considero a crítica como a expressão da opinião pública,
mas como uma opinião individual que pode se enganar. Lede a História
e vereis quantas obras-primas foram criticadas quando apareceram, o
que não as impediu de permanecerem obras-primas. Quando uma coisa
é má, todos os elogios possíveis não a tornarão boa. Se o Espiritismo é
um erro, ele cairá por si mesmo; se é uma verdade, todas as diatribes
não farão dele uma mentira. Vosso livro será uma apreciação pessoal
sob o vosso ponto de vista; a verdadeira opinião pública julgará se é
correta. Por isso, quererão ver e se, mais tarde, for reconhecido que vos
enganastes, vosso livro será ridículo como aquele que se publicou
recentemente contra a teoria da circulação do sangue, da vacina, etc.
Mas esqueci que vós deveis tratar a questão ex-professo, o que quer
dizer que a haveis estudado sob todas as faces, que haveis visto tudo o
que se poder ver, tudo o que se escreveu sobre a matéria, analisado e
comparado as diversas opiniões; que vos encontrastes nas melhores
condições para observar por vós mesmo; que vós lhe consagrastes
vossas vigílias, durante anos; em uma palavra, que não negligenciastes
em nada para atingir a constatação da verdade. Eu devo crer que assim
o é, se sois um homem sério, porque só aquele que fez tudo isso, tem o
direito de dizer que fala com conhecimento de causa.
Que pensaríeis de um homem que se erigisse em censor de uma obra
literária sem conhecer literatura? De um quadro sem ter estudado
pintura? É de uma lógica elementar que o crítico deva conhecer, não
superficialmente, mas a fundo, aquilo de que fala, sem o que sua
opinião não tem valor. Para combater um cálculo, é preciso opor-lhe
outro cálculo mas, para isso, é preciso saber calcular. O crítico não deve
se limitar a dizer que tal coisa é boa ou má; é preciso que ele justifique
sua opinião por uma demonstração clara e categórica, baseada sobre os
próprios princípios da arte ou da ciência. Como poderá fazê-lo se ignora
esses princípios? Poderíeis apreciar as qualidades ou os defeitos de uma
máquina se vós não conheceis a mecânica? Não, pois bem! vosso
julgamento sobre o Espiritismo, que não conheceis, não teria mais valor
do que o que faríeis sobre essa máquina. Seríeis a cada instante preso
em flagrante delito de ignorância, porque aqueles que o estudaram,
verão, conseqüentemente, que estais fora da questão; de onde se
concluirá ou que não sois um homem sério ou que não sois de boa fé;
em um e outro caso vos exporeis a receber desmentidos pouco
lisonjeiros para vosso amor-próprio.
Visitante – É precisamente para evitar esse escolho que vim vos pedir
permissão para assistir a algumas experiências.
A.K. – E pensais que isso vos bastaria para falar do Espiritismo exprofesso?
Mas como poderíeis compreender essas experiências, e com
mais forte razão julgá-las, se não haveis estudado os princípios que lhes
servem de base? Como poderíeis apreciar o resultado, satisfatório ou
não, de experiências metalúrgicas, por exemplo, se não conheceis a
fundo a metalurgia? Permiti-me dizer-vos, senhor, que vosso projeto é
absolutamente como se, não sabendo nem matemática, nem astronomia,
fosseis dizer a um desses senhores do Observatório: Senhor, eu quero
escrever um livro sobre astronomia, e além disso provar que vosso
sistema é falso; mas como disso eu não sei nem a primeira palavra,
deixai-me olhar uma ou duas vezes através de vossas lunetas. Isso me
bastará para conhecê-la tanto quanto vós.
Não é senão por extensão que a palavra criticar é sinônimo de censurar.
Em seu significado próprio, e segundo sua etmologia, ela significa julgar,
apreciar. A crítica pode, pois, ser aproveitada ou desaproveitada. Fazer
crítica de um livro não é necessariamente condená-lo. Aquele que
empreende essa tarefa deve fazê-la sem idéias preconcebidas. Mas, se
antes de abrir o livro já o condenou em seu pensamento, seu exame
não pode ser imparcial.
Tal é o caso da maioria daqueles que têm falado do Espiritismo. Apenas
sobre o nome formaram uma opinião e fizeram como um juiz que
pronunciou uma sentença sem se dar ao trabalho de examinar o
processo. Disso resultou que seu julgamento ficou sem razão e, ao invés
de persuadir, provocou riso. Quanto àqueles que estudaram seriamente
a questão, a maioria mudou de opinião e mais de um adversário dela
tornou-se partidário, quando viu que se tratava de coisa diversa daquela
em que ele acreditava.
Visitante – Falais do exame dos livros em geral. Credes que seja
materialmente possível a um jornalista, ler e estudar todos os que lhe
passam pelas mãos, sobretudo quando se trata de teorias novas que lhe
seria preciso aprofundar e verificar? Igualmente exigirias de um
impressor que lesse todas as obras que saem das suas impressoras.
A.K. – A um raciocínio tão judicioso eu não tenho nada a responder,
senão que, quando não se tem tempo de fazer conscientemente uma
coisa, não se deve envolver-se com ela, e que é melhor não fazer senão
uma coisa bem, do que fazer dez mal.
Visitante – Não creais, senhor, que minha opinião esteja formada
levianamente. Eu vi mesas girarem e baterem; pessoas que estavam
supostamente escrevendo sob a influência de Espíritos; mas eu estou
convencido de que havia charlatanismo.
A.K. – Quanto pagastes para ver isso?
Visitante – Nada, seguramente.
A.K. – Então eis charlatães de uma espécie singular, e que vão reabilitar
a palavra. Até o presente não se viu ainda charlatães desinteressados.
Se algum brincalhão maldoso quis se divertir uma vez por acaso, segue-se
que as outras pessoas sejam cúmplices da fraude? Aliás, com que
objetivo se tornariam cúmplices de uma mistificação? Para divertir a
sociedade, direis. Eu aceito que uma vez alguém se preste a um gracejo;
mas quando um gracejo dura meses e anos, é, eu creio, o mistificador
que está mistificado. É provável que, pelo único prazer de fazer crer em
uma coisa que se sabe ser falsa, espera-se aborrecidamente horas
inteiras sobre uma mesa? O prazer não valeria o trabalho.
Antes de concluir pela fraude é preciso primeiro se perguntar qual
interesse se pode ter em enganar; ora, concordareis que há posições
que excluem toda suspeita de fraude; pessoas das quais só o caráter é
uma garantia de probidade.
Outra coisa seria se se tratasse de uma especulação, porque a atração
do lucro é uma péssima conselheira. Mas, admitindo-se mesmo que,
neste último caso, um fato de manobra fraudulenta seja positivamente
constatado, isso não provaria nada contra a realidade do princípio, já
que se pode abusar de tudo. Do fato de que há pessoas que vendem
vinhos adulterados, não se segue daí que não haveria vinho puro. O
Espiritismo não é mais responsável pelos que abusam desse nome e o
exploram, do que a ciência médica não o é pelos charlatães que vendem
suas drogas, nem a religião pelos sacerdotes que abusam do seu
ministério.
O Espiritismo, pela sua novidade e pela sua própria natureza, devia
prestar-se a abuso; mas ele dá os meios de os reconhecer, definindo
claramente seu verdadeiro caráter e recusando qualquer solidariedade
com aqueles que o exploram ou o desviam de seu objetivo
exclusivamente moral para fazer dele um ofício, um instrumento de
adivinhação ou de procuras fúteis.
Desde que o próprio Espiritismo traça os limites nos quais ele se contém,
precisa o que ele diz e o que não diz, o que ele pode e o que não pode,
o que está ou não está em suas atribuições, o que ele aceita e o que
repudia, o erro está naqueles que, não se dando ao trabalho de o
estudar, julgam-no sobre as aparências; que, porque encontram
saltimbancos usando o nome de Espíritas, para atrair os que passam,
dirão gravemente: Eis o que é o Espiritismo. Sobre o que, em definitivo,
recai o ridículo? Não é sobre o saltimbanco que faz o seu trabalho, nem
sobre o Espiritismo cuja doutrina escrita desmente semelhantes
assertivas, mas sobre os críticos convictos de falarem daquilo que não
sabem, ou de alterarem conscientemente a verdade. Aqueles que
atribuem ao Espiritismo o que está contra sua própria essência, o fazem,
ou por ignorância ou deliberadamente. No primeiro caso é por
leviandade, no segundo é por má fé. Neste último caso, eles se
assemelham a certos historiadores que alteram os fatos históricos no
interesse de um partido ou de uma opinião. Um partido se desacredita
sempre pelo emprego de semelhantes meios, e falta ao seu objetivo.
Notai bem, senhor, que eu não pretendo que a crítica deva
necessariamente aprovar nossas ideias, mesmo depois de as ter
estudado; não censuramos de modo algum aqueles que não pensam
como nós. O que é evidente para nós, pode não o ser para todo o
mundo. Cada um julga as coisas pelo seu ponto de vista, e do fato mais
positivo todo o mundo não tira as mesmas consequências. Se um pintor,
por exemplo, coloca em seu quadro um cavalo branco, qualquer um
poderá dizer que esse cavalo faz um mau efeito e que um preto conviria
melhor: mas seu erro será dizer que o cavalo é branco se ele é preto. É
o que faz a maioria dos nossos adversários.
Em resumo, senhor, cada um é perfeitamente livre para aprovar ou
criticar os princípios do Espiritismo, para deduzir deles tais
consequências boas ou más, como lhe agrade, mas a consciência impõe
um dever a todo crítico sério de não dizer ao contrário do que é; ora,
por isso, a primeira condição é de não falar daquilo que não se sabe.
Visitante – Retornemos, eu vos peço, às mesas moventes e falantes.
Não poderia ocorrer que elas estivessem preparadas?
A.K. – É sempre a questão da boa fé à qual já respondi. Quando a
fraude estiver provada eu vo-la entrego; se vós assinalardes fatos
confirmados de fraude, de charlatanismo, de exploração, ou de abuso de
confiança, eu os entrego à vossa fustigação, vos declarando de antemão
que não lhes tomarei a defesa, porque, o Espiritismo sério é o primeiro
a repudiá-los, e mencionar os abusos é ajudar a preveni-los e prestar-lhe
serviço. Mas generalizar essas acusações, derramar sobre uma
massa de pessoas honradas a reprovação que merecem alguns
indivíduos isolados, é um abuso de um outro gênero: o da calúnia.
Admitindo, como vós o dizeis, que as mesas estivessem preparadas,
seria preciso um mecanismo bem engenhoso para fazer executar
movimentos e ruídos tão variados. Como não se conhece, ainda, o nome
do hábil fabricante que as confecciona? No entanto, ele deveria ter uma
enorme celebridade, uma vez que seus aparelhos estão espalhados nas
cinco partes do mundo. É preciso convir, também, que seu
procedimento é bem sutil, uma vez que se pode adaptar à primeira
mesa encontrada, sem nenhum sinal exterior. Por que desde Tertuliano
que, ele também, falou das mesas girantes e falantes, até o presente
ninguém pôde ver o mecanismo, nem descrevê-lo?
Visitante – Eis o que vos engana. Um célebre cirurgião reconheceu que
certas pessoas podem, pela contração de um músculo da perna,
produzir um ruído parecido com o que vós atribuís à mesa, de onde ele
concluiu que vossos médiuns se divertem às custas da credulidade.
A.K. – Então, se é um estalido do músculo, não é a mesa que está
preparada. Uma vez que cada um explica essa pretendida fraude à sua
maneira, isso é prova, a mais evidente, de que nem uns nem outros
conhecem a verdadeira causa.
Eu respeito a ciência desse sábio cirurgião, somente que surgem
algumas dificuldades na aplicação dos fatos que ele assinala às mesas
falantes. A primeira, que é singular que essa faculdade, até o presente
excepcional, e olhada como um caso patológico, tenha de repente se
tornado tão comum. A segunda, que é preciso ter uma bem robusta
vontade de mistificar para fazer estalar seu músculo durante duas ou
três horas seguidas, quando isso não produz nada além da fadiga e da
dor. A terceira é que não entendo como esse músculo se corresponde
com as portas e paredes nas quais as pancadas se fazem ouvir. A quarta,
enfim, que é preciso a esse músculo estalante uma propriedade bem
maravilhosa, para fazer mover uma pesada mesa, levantá-la, abri-la,
fechá-la, mantê-la suspensa sem ponto de apoio e, finalmente, quebrá-
la na queda. Não se desconfiava que esse músculo tivesse tanta virtude.
(Revista Espírita, junho de 1859, página 141: O músculo estalador).
O célebre cirurgião do qual falastes, estudou o fenômeno da tiptologia
naqueles que o produzem? Não; ele constatou um efeito fisiológico
anormal entre alguns indivíduos que jamais se ocuparam com as mesas
batedoras, tendo uma certa analogia com aquele que se produz nas
mesas, e, sem um exame mais amplo, concluiu, com toda a autoridade
da sua ciência, que todos aqueles que fazem as mesas falarem devem
ter a propriedade de fazer estalar seu músculo curto peroneiro, e que
não são senão enganadores, sejam eles príncipes ou operários, façam-se
pagar ou não. Ao menos estudou o fenômeno da tiptologia em todas
as suas fases?
Verificou se, com a ajuda desse estalido muscular, poder-se-ia produzir
todos os efeitos tiptológicos? Nada mais, sem isso estaria convencido da
insuficiência do seu processo; o que não impediu de proclamar sua
descoberta em pleno Instituto. Não há aqui, para um sábio, um
julgamento bem sério? O que restou dele hoje? Eu vos confesso que, se
tivesse que sofrer uma intervenção cirúrgica, hesitaria muito em me
confiar a esse profissional, porque temeria que ele não julgasse meu
mal com mais perspicácia.
Uma vez que esse julgamento é de umas das autoridades sobre as quais
pareceis dever vos apoiar para abrir uma brecha no Espiritismo, isso me
tranquiliza completamente sobre a força dos outros argumentos que
apresentareis, se vós não os tomardes de fontes mais autênticas.
por Marlon Santos

Um comentário:

  1. ola admiro muito seu trabalho e um dia gostaria de conhece-lo pessoalmente pois sou casada e meu marido de 21 anos tem um serio problema no coração e os médicos só dizem que um transplante é arriscado demais por isso gostaria de saber sua opinião quanto a isso! obrigada pela sua atenção.

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